terça-feira, 28 de setembro de 2010

Chapter eight: Limpando as feridas

Lucius não sente mais sua presença e acaba adormecendo ali mesmo no píer, a noite chega e traz consigo o frio, Lucius se levanta vê que seus ferimentos já estão melhores, não senti mais dor, guarda sua espada e recolhe todos os punhais guardando em seu coturno e em sua cintura, a faca e o punhal de Lyana ele carrega em suas mãos, sai rapidamente saltando até a varanda de Lyana, roubando uma rosa de uma floricultura que estava prestes a fechar, ao chegar próximo a varanda de Lyana, arremessa os punhais e a rosa esta cravada no punhal, que ainda esta manchado de sangue, Lucius se ajeita no prédio a frente que da visão ao quarto de Lyana, ele não consegue avistá–la pois a cortina de seu quarto esta fechada, ele se recosta e fica a espera de alguma movimentação. Lyana acorda com o som do punhal prendendo em seu dossel, a rosa denuncia seu remetente, ele voltara... Por quê? Querendo reconciliação? Não parece que sua memória voltou, pois o antigo Lucius teria aproveitado de sua distração e a matado.
Lucius vê a movimentação de Lyana e espera que ela tenha entendido o recado, ele não queria mais lutar, até porque não tinha um motivo para isso, ou ao menos não se recorda de um, porem se ela o tentasse matar novamente seria obrigado a se defender, fugir estava fora de cogitação, não faz seu tipo, ele jamais fugiria de alguém. Ele a aguardava, sempre alerta, esperando para ver a decisão da garota, Lyana sai para ver se o encontra, sua cabeça explode em dúvidas, ainda apoiando seu braço ferido, ela rastreia o ambiente com os olhos, buscando encontrá-lo, quando ela põe os olhos sobre ele, este sai, voltando rapidamente em direção ao píer, ele sabia que ela não iria atacá-lo mais essa noite, apenas queria se certificar de que ela recebera seu presente. Lyana confusa entra novamente e decide ir atrás dele, veste suas botas, pois depois da luta não iria novamente sair descalça, enfaixa seu braço, veste seu sobretudo, e corre novamente para o píer, tem certeza que ele está lá, não iria para outro lugar se quisesse ficar por perto. Ao chegar lá a garota o avista próximo a uma pequena montanha, onde uma há pilha de containeres, Lucius está sentado no topo deles. Lyana escala com um pouco de dificuldade, e quando está quase chegando ao topo, Lucius murmura:
- Sabia que viria...
- Apenas me diga por que voltou? Diz Lyana intrigada. E que quer com isso?
Lucius friamente responde:
- Já disse que não tenho motivos para matá-la, não quero lutar mais com você... mas me diga você, porque tentou me matar, e por que eu deveria fazer o mesmo com você?
Lyana abaixa a cabeça silenciando-se, e lágrimas rolam por seu rosto.
- Você matou meus pais Lucius... Ele defendendo-se responde:
- Desculpe, mas não me lembro disso, mesmo sem me lembrar eu me conheço, sei que não seria capaz disso... Aos poucos, com as palavras de Lyana, Lucius recobra sua memória.
- É... eu... me lembro de ter lutado, mas sei que apenas em linha de frente entende? Sei que meu clã possuía guerreiros de elite para tarefas desse tipo... Lyana olha para ele sem acreditar.
- Mas, parecia você, os cabelos... eu... foi brutal... não consegui reagir a tempo... Ela senta-se na beirada do container colocando o rosto entre as mãos.
- Eu... já disse sei que não seria capaz de tanta brutalidade, você me viu lutar, sabe que exito em matar...
Diz Lucius, colocando a mão sobre o ombro dela. Lyana vira-se, olhando nos olhos dele, o rosto lavado em lágrimas, mesmo depois de tudo não tinha esquecido do que sentiu enquanto beijava-o, e sabia que ele também não. No fundo queria acreditar que ele falava a verdade, mas a dor em seu coração era esmagadora, tinha que se livrar das dúvidas. Ela se levanta e continua a olhar nos olhos dele, e diz:
- Tem um jeito de saber... sei o que vi aquela noite, mas preciso saber algo.
Lucius olha para ela sem entender, até que terminando de falar ela o beija docemente, ele sente as pequenas lágrimas escorrerem por entre seus lábios, mesmo confuso, é impossível deixar de apreciar aquele momento único. Lyana sente a vida voltar a percorrer-lhe, enfim tinha sua certeza. Ela para de beijá-lo e o abraça sorrindo, ele a segura e em meio a uma chuva de pensamentos e a indaga:
- Não entendo você, queria me matar, e agora confia em mim novamente?
Lyana sorrindo diz próximo ao seu ouvido:
- Ninguém que é capaz de amar, como você demonstra ao beijar-me, seria capaz de tal brutalidade... Não irei mais persegui-lo. A garota o solta olhando uma última vez em seus olhos, com um delicado sorriso, ela desce da pilha de containeres, ainda apoiando o braço ferido onde a dor a incomoda, começa a correr retornando para casa.

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